No final da década de 90, a actividade portuária de Aveiro era ainda identificada como exclusivamente piscatória. A detecção de oportunidades de crescimento aliada ao decréscimo (crescente) da actividade piscatória nacional impelira uma nova leitura do negócio portuário de Aveiro e, por consequência, uma nova dinâmica portuária. Hoje, o “objectivo secular” de captação de tráfego (volume de carga movimentada e número de navios entrados no porto) tem vindo a ser complementado por diferentes formas de avaliação do sucesso do negócio deste porto. O negócio portuário de Aveiro traduz-se na oferta de serviços de ligação entre diferentes modos de transporte, que envolve uma multiplicidade de actividades:
1. Movimentação de mercadorias;
2. Gestão de Espaços;
3. Turismo (e náutica de recreio);
4. Gestão de Informação e Comunicações;
Na viragem de século, o porto de Aveiro vira também a página da história de porto de Bacalhoeiro e avança para um novo capítulo: um centro de negócios ao serviço da região.
Em 2006 é divulgado o primeiro Plano Estratégico e é declarada a missão empresarial do porto: “facultar o acesso competitivo de mercadorias aos mercados regionais, nacionais e internacionais, promovendo assim o Desenvolvimento Económico da sua Região”.
Ocupando o quinto lugar no ranking nacional portuário, o Porto de Aveiro desempenha agora um relevante papel económico e social e (em resposta) declara novos princípios de actuação: a satisfação do cliente; a rentabilização económica; o respeito pelo ambiente, a garantia de segurança e a conformidade social e institucional.
A satisfação do cliente pretende ser mais do que um índice de satisfação do utente portuário, esta evoca a oferta de um serviço de qualidade segundo a melhoria dos serviços existentes e a capacidade do porto criar serviços adicionais que dão resposta de valor às necessidades dos seus clientes. O desafio está em dois novos trajectos: encontrar novas estratégias de negócio (captar mercadorias de maior valor e oferecer soluções de serviço com maior valor acrescentado, integrando o porto na verdadeira cadeia de valor) e fortalecer as relações e parcerias com a comunidade portuária e sociedade civil, tendo em vista o desenvolvimento sustentável.
Este é também um valor que se pretende reapreciado no futuro: a responsabilidade social do porto. Hoje, o porto pretende abrir-se à região – devolver o passado marítimo de Aveiro ao futuro – nas suas vertentes económica, social e ambiental. O porto cresce como cresce a região: necessita que o apoio e estímulo de toda a sociedade (empresarial e civil) cooperem na sua evolução. É que a história de um porto (aludido) moderno não é mais contada em mar. A história do renovado Porto de Aveiro fala de competitividade em terra: de estruturas físicas, do serviço, de informação, de comunicações, de ambiente, de relações e de pessoas. Fala de uma imagem. De uma marca. Uma marca logística da região, um ponto de encontro entre a região e o mundo.
Isabel Moura Ramos
Marketing Manager
APA – Administração do Porto de Aveiro, S.A.
Artigo de opinião publicado no "Diário de Aveiro", edição de 03.04.2007 (leia aqui em pdf)